quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Capítulo 8, páginas 157/158. Vale dos Vinhedos, por Marcos Paixão.

Alberto passou a mão em duas garrafas e acenou com a cabeça dando um sorriso maroto chamando ambos para segui-lo. Na varanda da frente havia quatro cadeiras de vime em volta de uma mesinha baixa repleta de acácias. Sentaram-se nas cadeiras e depois das taças cheias pairou um silêncio no ar.
Era possível ouvir os pingos que, naquele momento, haviam engrossado batendo no telhado. Alberto alegre olhou para Giuseppe e depois, mexendo a cabeça, apontou para Heitor e disse, olhando para o escuro ao longe onde estavam as vinhas. – Agora voi é uno vitivinicultor. – Confuso, Heitor franziu a testa indagando: Vitivinicultor... Quer dizer produtor de vinho? É isso, acertei? (risos) - Mio jovem, o vitivinicultor cuida em primeira pessoa do vinhedo da adega e também das vendas, capito? - Alberto puxou a cadeira, chegando para frente. Suas mãos falavam mais do que sua boca. - O vino do vitivinicultor é vivo, dá prazer, é figlio de suo território, expressão autêntica de una cultura. E voi agora, Hector, come vitivinicultor vai modelar e cuidar da paisagem de suas terras, respeitando a cultura do próprio território. – Heitor deu um gole no vinho, sua aparência de cansaço fazia com que seus olhos ficassem entreabertos. Ele deu uma gargalhada e falou: Será que vou dar conta... Acho que ainda tenho que aprender muita coisa com você, Alberto. - Com o tempo voi vai aprender cui o vitivinicultor governa o limite em tutte sue tarefe buscando “O ottimo, nunca o massimo” capisco? Ele assume as responsabilidades com as quais voi sta assumindo agora qui... Capito, figlio? – Alberto se levantou e tocou no ombro de Heitor apontando para fora. – Tutto ao suo redor pertence à natureza? Voi terá cui aprender a ter respeito com o meio ambiente, com a saúde di suo consumidor e com os destinos de sua comunidade e da terra.

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